Quando um missionário vai para o campo pela primeira vez, é bem claro onde é sua casa, seu lar. É o lugar de onde você veio, de onde você partiu. É o lugar onde você cresceu, foi à escola, a igreja que cresceu. Onde você formou seus relacionamentos mais importantes.
Porém, depois de viver um tempo transcultural, uma coisa estranha começa a acontecer.
Seu país natal, onde você chama “lar”, já não parece tão lar. Quando você “volta para casa”, algumas das pessoas e lugares ainda são os mesmos, mas a vida continuou na sua ausência. Quando você tira uma licença para “um tempo em casa”, você não consegue continuar de onde parou. Você é uma visita, um estrangeiro. Um convidado sem um papel definido. Seus amigos mais próximos fizeram amizades próximas. Metade das pessoas na sua igreja conhecem seu nome da lista de oração, mas não conhecem você e sua família. Uma tecnologia ou gíria da moda, alguma tendência cultural, tudo tornou-se comum, menos para você, que não estava lá quando surgiu tudo isso.
No campo missionário em um país estrangeiro, você diz coisas como “No meu país…”, mas sente que as pessoas ali não entendem o que você quer dizer. Você pensa, se consolando, “As pessoas lá em casa entenderiam”.
Estranhamente, aquelas pessoas que você achou que entenderiam, bem, elas não entendem. Agora você está “em casa”, com diversas histórias e experiências do lugar que se tornou seu segundo lar. Você diz coisas como “Lá no país onde moro (ou morei)…”. Mas, assim como na primeira experiência, qualquer história que você conte é difícil das pessoas entenderem. As coisas que você mais gosta e conta do país onde serve ou serviu são recebidas com um olhar de estranhamento. Assim que você termina a história, as pessoas voltam a falar do Campeonato Brasileiro, a crise política ou alguma coisa que você não faz ideia ou não pensou nos últimos anos. Isso não quer dizer que eles não se importem ou não gostem de você. Ele se gostam. Eles estão felizes de te ter “de volta em casa”. Mas essas pessoas “de casa” simplesmente não viveram as mesmas coisas que você, assim como você não viveu as mesmas experiências que elas.
No tempo de ficar um pouco em casa, as pessoas dizem a você “Não é ótimo estar de volta!?” e você pensa “É, um pouco”. Agora que você comeu um pouco da suas comidas preferidas e vou alguns de seus velhos amigos, parece que existem poucas razões para você ficar ali. De repente, você começa a sentir falta de todas aquelas coisas ‘estranhas’ do país onde estava vivendo, e perceba o quanto gosta delas.
Sua casa não é mais seu lar. E é triste, pois aquele lugar no campo missionário também nunca será seu lar totalmente. Os dois lugares são seu lar, e nenhum dos dois é seu lar, ao mesmo tempo.
Em casa, você sonha em voltar para o país onde costumava viver.
No campo, você sonha sobre seu país de origem.
Missionários estão, para sempre, entre dois mundos: eles não conseguem se identificar com as pessoas que deixou, em nenhum dos dois país.
Lar é em qualquer lugar.
Lar é em nenhum lugar.
Mas tudo bem, você não está sozinho nessa.
“Todos estes ainda viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-nas de longe e de longe as saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Os que assim falam mostram que estão buscando uma pátria. Se estivessem pensando naquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, pois preparou-lhes uma cidade.” — Hebreus 11:13-16
Enquanto vivermos aqui, sempre nos sentiremos um pouco deslocados. Missionários e pessoas vivendo longe de seu país de origem apenas sentem isso com mais frequência. Porém, um dia, todos aqueles que creem em nosso Senhor Jesus Cristo estarão em casa novamente.
que lindoooooooooooooooo
(:
eu tenho um chamado, mas eu só tenho 18 anos, e sou boba e tenho tanta coisa pra aprender nessa vida, sou uma menina sonhadora e ja sonhei com tantas coisas nessa vida, mas nenhuma dessas coisas se compara com o que Deus reservou pra mim…. mas eu sou uma medrosa e eu tenho medo de nunca melhorar como pessoa, desses meus defeitos que parecem q não querem me deixar, eu ja pedi a Deus e continuo pedindo, que me dê um coração puro e limpo de impureza.
Olá, Milena.
Louvamos a Deus pela disposição que há em seu coração e estaremos em oração por sua vida.
É exatamente como me sinto, e eu pensava que havia algo errado comigo. Deixo aqui nosso whatsapp para meus irmãos missionários para que possamos nos consolar uns aos outros partilhando esses sentimentos. 21 989066335
Todas as verdades escritas em um único texto. Agora faltando dias para retornar a terra natal de ferias, me lembrei do texto e vim dar aquela relida, para me preparar mais uma vezes para ser uma estranha em minha própria terra. Fica uma certeza, nunca me sentirei estranha no Céu.
Que benção, Érica. Ficamos felizes em ler seu testemunho! Jesus a abençoe
Estou iniciando minha vida em missões porém antes disso vivi por vinte anos na Ásia e desde que retornei não consegui mais me encaixar no meu lugar de origem ,hoje meu coração clama por missões e hoje entendo que esses anos fora foram uma preparação para a vida missionária.
Vivemos entre dois mundos sem pertencer a nenhum .
Pois nosso lar não é terreno.
A paz, irmã!
Que Deus a abençoe e direcione!
É, de fato o texto é sensível ao que vivemos como missionários, no meu caso, transcultural.
Há quase 06 anos na Austrália, retornei ao Brasil em ”gozo de férias” após 4,5 anos no campo e como bem disse o texto, me vi em dois mundos.
A Igreja aonde fui pastor por alguns anos, a família, os colegas de ministério pastoral, ninguém parou, todos avançaram e me vi de certa forma um estranho em minha própria terra.
Tive o cuidado em não fazer comparações entre as duas nações e segui por 02 meses apresentando relatórios dos trabalhos missionários, pregando aqui e ali, tentando aproximar meus irmãos ouvintes das realidades que vivo nos confins da terra.
O mais interessante de tudo é que passados 07 dias eu já havia visto quem precisava ver e foi isso. A vida continuou!
Saudade é algo natural, bem como esse sentimento de pertencer a dois mundos também é quando se vive intensamente fora de seu lugar de origem. Não há como remediar! Aos que regressaram do campo missionário ficam meus préstimos de respeito. Aos que ainda no campo estão como eu, força! Deus é conosco e quando Ele nos chamar de volta, se for o caso, bateremos continência e daremos meia volta e volver!
Pr. Sérgio Reinaldo,
Perth WA, Australia.
[email protected]
Repito o que escreveram acima: “Pude sentir esse texto!” ou “parecia meu diário pessoal!” Obrigado pelo post. Salvei nos meus favoritos, para reler várias vezes.
Texto lindo!
Não deixei o meu lar, mas sempre me sinto um peixe fora d’água. Se meu chamado for transcultural, tenho certeza que sentirei isso.
Amo as nações!
Deus abençoe cada missionário!
Pude sentir este texto! Não posso me considerar um missionário oficialmente enviado por uma igreja, mas passei anos longe do meu país e o tempo que estive fora servi na igreja de Cristo. Ao voltar, o meu pastor de lá me disse isso: “Olha, você jamais será o mesmo, o seu senso de pertencer a algum lugar na terra já não existe”. No momento em que ele disse isso quase não dei muita importância por causa do desejo de retornar, mas… pra onde?!
Muito Forte
Estou no meu primeiro campo Missionário…
Que texto maravilhoso! Ainda não fui a campo, nem deixei meu primeiro lar, mas essa já é uma sensação que sinto por missões: eu não tenho lar fixo. Anseio pelo lar celestial. Então, enquanto o lar celestial não chega, preparemos várias pessoas para irem conosco! 😀
Infelizmente nós, que ficamos, nos esquecemos muito rapidamente dos que vão… No começo nos preocupamos, oramos e até ajudamos financeira; mas depois vamos nos envolvendo com nossas próprias preocupações e vamos nos distanciando…. Oxalá nosso coração e nossos olhos estivessem totalmente voltados para a Pátria que não está em um continente ou outro….. Teríamos o mesmo coração e sentiriamos a mesma dor!
Que o Espírito consolador acalente o coração e seque as lágrimas solitárias de cada um missionário. Que cada fruto colhido lhe seja recompensa!!!
Eu os admiro!!!! Deus abençoe…
Ser missionário é ter o privilégio de cumprir a grande comissão: Ide, portanto, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai, e do filho, e do Espírito Santo., ensinando-os a guardar todas
as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do
século. Mateus 28:19, 20. Jesus disse isso. Só quem conhece verdadeiramente a Deus e tem intimidade
com Ele,compreende a maravilhosa chance de cumprir este papel. Fico muito feliz em saber que ainda
existem pessoas que sabem qual é a importância de obedecer a este chamado, neste mundo perdido e
mergulhado na falta de direcionamento.
Ual!!! Estava pensando nisso essa semana… E vivendo isso.
Lembro-me do que Jesus disse:
“O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”…
Nunca viajei em missões, porém sei que tenho um chamado nessa área e ler essas matérias tem me preparado emocionalmente e me feito ver, nem que seja um pouco, a realidade de como é realmente “Ir”.
Que o Senhor nos ajude e, por favor, continuem a postar. Creio que essas mensagens ajudam muita gente.
Meu Deus!
Estou há quatro meses na África e senti que estava a ler meu diário pessoal!
Oi a paz do senhor preciso CVS contigo mim chama no zap 37991626289
Olá, Paulo. Para falar conosco, por favor, ligue para (41) 3619-8185. Abs e Deus abençoe.
Amei o texto, pois estive em Moçambique em 2010, por quase dois meses. No começo da minha estadia sentia muita saudade do Brasil, mas quando voltei me sentia muito estranha, eu não estava feliz por ter voltado, fui procurar na Internet o que estava ocorrendo comigo, e li algumas explicações, fiquei mais tranquila, até me adaptar de novo.
Precisamos orar encarecidamente pela Igreja Missionária dos poucos que vão e pela Igreja doa muitos que ficam na omissão
Fomos missionários na Ásia por 5 anos e sentimos bem este contraste, o desafio é achar o equilíbrio e reagrupar a visão para prosseguir para o alvo.
Tive uma pequena experiência de apenas 2 meses no Líbano, mas foi o suficiente pra me fazer amar o oriente médio. Tenho um enorme desejo de voltar, mas sei que tudo vai acontecer no tempo determinado por Deus.
Muito bom o texto, Não tenho chamado para outro país, meu chamado é aqui no Brasil. Mas sinto isso por não está na minha “casa” ou cidade natal, perto dos meus parentes.
Eu tenho vontade ser missionária… Show essa explicação.
Esse texto é simplesmente uma benção. sinto um ardor missionário em meu peito e fico apenas apreensivo com essa questão de distância do antigo lar mas sei que deus têm sustentado nossos irmãos pelo mundo. Espero pelo dia em que Deus vai me chamar para o campo.
Muito bom!