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Depois de três meses de aulas teóricas e convívio intenso com pessoas diferentes em todos os aspectos (cultura, cidade, maneira de ser e pensar, personalidade, etc), eu me deparei imaginando como seria o último mês, totalmente prático. Sabíamos que era tempo de nos doar por pessoas que tinham menos que nós, tempo de implantar projetos que aprendemos nas aulas e, mesmo na prática, tempo de aprendizado. Mas o que aconteceu foi ainda maior. Fomos surpreendidos pela graça e amor de Deus.

Em uma visita com o pastor local por uma comunidade carente em San Lorenzo (Paraguai) e com os pés cheios de lama da água acumulada da chuva de alguns dias atrás, fomos entrando pelas ruelas não asfaltadas enquanto ele contava histórias de algumas famílias dali. Chegamos na casa de dona Luisa*. A parte da frente do terreno era a maior. O mato estava alto, até os nossos joelhos. A casa estava ao fundo. Era de um cômodo fechado, construído com tijolos de barro muito antigos e com cerca de 15 m².Tinha também uma pequena varanda de onde se podia ver boa parte do bairro e uma plantação de girassóis debaixo da janela. Ela abriu a porta, ainda sentada em sua cama, nos cumprimentou e deu um abraço em cada um. Nós conversamos e oramos juntos.

Não havia banheiro. O único cômodo da casa era escuro e servia como cozinha, quarto, sala e despensa. Víamos ali naquele pequeno espaço, e com tantas necessidades; um quadro de Jesus Cristo em cima de sua cama. Ela dizia: “Esse é o meu protetor. Deus está comigo”. Que contraste! Vimos os sinais da Queda, mas ali também estava o amor de Deus por Sua criação.

Ao sair, todos queriam poder fazer alguma coisa por ela. Mesmo que em uma pequena demonstração de carinho, fazer com que ela se sentisse filha amada de um pai bondoso que é Deus. Queríamos viver 1 João 3.18, amando em ação e em verdade. E voltamos mais algumas vezes. Nos mobilizamos para ajudar na limpeza do terreno e no cuidado daquela senhora. Nós sabíamos que era pouco, que a vida deles não mudaria de uma hora para a outra, mas fomos movidos a não nos conformar.

Quantas pessoas no mundo vivem em situações iguais ou piores que a de dona Luisa? Quantos ainda não puderam experimentar o amor demonstrado através de pessoas? Mas se existem realidades tão diferentes, é oportunidade de estender a mão e caminhar juntos, sabendo que todos nós somos pessoas quebradas que podemos nos unir em busca de glorificar a Deus, expressar o Reino na Terra e viver o ministério da reconciliação (1 Co 5.18).

Na simplicidade de um ato, nós fomos renovados. Aprendemos o que é ser mais parecido com Cristo, porque a verdade é que no dia a dia somos confrontados com a nossa natureza egoísta e acomodada. Minha oração é para que mais pessoas possam ser presenteadas com oportunidades como essas, de ser luz em meio ao caos e de ter seu caráter transformado.

Saiba mais sobre o CTMAIS e se inscreva na próxima turma. As aulas começam dia 18 de agosto, em Colombo/PR.

*Nome fictício.

 

Este post tem 2 comentários

  1. Elizabete

    Que benção , que Deus continue movendo corações para praticar sua palavra ! Amém
    Que Jesus os abençoe

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