Quando eu e meu esposo decidimos obedecer o nosso chamado do IDE, não imaginávamos que no início do nosso ministério transcultural eu já seria mãe.
Quando nos mudamos para Uganda em 2014, com um bebê de 11 mêses, a minha maior preocupação, era com o meu filho. Uma mistura de medo e ansiedade de viver em lugar de muita pobreza, diversas necessidades, doenças, línguas diferentes e tendo que me adaptar a tudo isso e até mesmo a minha nova condição: mãe.
Mas o Deus que nos chamou e nos conhece desde o ventre da nossa mãe, nos prometeu desde o início que estaria conosco todos os dias. Ele também já tinha preparado tudo para que eu vivesse as minhas experiências como mãe do João, neste novo país e nesta nova casa. Não tínhamos ideia de quanto o povo ugandense amava crianças. Toda vez que chegávamos em algum lugar, mesmo pessoas que não nos conheciam, sempre cumprimentavam o baby John (o bebê João), e só depois começavam a conversar conosco. Depois de um tempo que já morávamos em Kampala, todos já conheciam o baby John.
Uma das coisas que eu mais admiro na cultura africana é a força da relação entre mãe e filhos. Aqui eu sou conhecida como” Mama John” e, em geral as mães não são chamadas pelo seu nome mas como “mãe” do seu primogênito.
Mesmo vivendo os desafios de todos os dias, do cansaço, da responsabilidade de criar meus filhos em uma outra cultura, me sinto privilegiada de vê-los crescendo em um lugar no qual eles são amados e fazem parte de uma grande família. Quando me sinto desanimada e perco minhas forças, Deus me faz olhar para as “MAMA” AFRICA. Estas são as fortes mães que acordam as 5 da manhã na sua jornada, vão trabalhar capinando, limpando a rua, trabalhando em construção, limpeza, vendendo frutas e verduras na rua e tantas outros trabalhos pesados. Depois de um dia cansativo, ao chegar tarde da noite em casa, ainda fazem comida para seus muitos filhos e marido e conseguem tempo para ir à Igreja orar por sua família. Tudo isso sempre com um GRANDE SORRISO NO ROSTO. E nesse dia das Mães eu sou grata porque Deus me escolheu para ser a MAMA do João e do Gabriel sob dependência Dele, o Pai FIEL, e que prometeu que nunca nos abandonará.
Natasha Procópio é mãe de João e Gabriel, casada com Jonatas Portugal e, juntos como família, são missionários da MAIS em Uganda.