“Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados. Erga a voz (…), defenda os direitos dos pobres e dos necessitados”

– Provérbios 31:8-9

São “apenas” dois versículos, no finalzinho do livro de Provérbios, mas muito poderosos. Aí, nesse pequeno trecho, reside a vocação e o ministério de milhões de cristãos ao redor do mundo — e falamos “cristãos”, pois cremos no missionário não como um cargo, mas como o coração de todo seguidor de Cristo.

Como uma vocação autêntica a ser cumprida — defender os desamparados –, as primeiras perguntas que geralmente fazemos são: “Como defender esses direitos? Quais as melhores práticas? Quais métodos utilizar?”, mas cremos que essas perguntas deveriam ser precedidas por outras, talvez menos instantâneas, porém mais profundas, como: “O que é pobreza? Quem são os desamparados? Por que o são?”. Essa é a proposta conceitual que permeia a MAIS como missão.

Se vemos pobreza como falta de dinheiro, a solução para esse desamparo passa a ser dar dinheiro. Se achamos que a causa da pobreza é falta de edução, então a solução seria “educar os pobres”… e por aí vai. No entanto, se entendemos que a raiz de um desamparo é a natureza caída do homem, podemos decidir por uma atuação menos instantânea, porém com resultados mais profundos e duradouros: o discipulado.

Esse conceito não é algo novo. O nosso ministério de reconciliação é claro em 2 Coríntios 5:18, e faz parte da Grande Comissão, “fazer discípulos”. Aplicar isso em nossos dias, revendo conceitos e paradigmas, foi algo que Brian Fikkert e Steve Corbertt fizeram com excelência, inspirados pela graça de Deus, ao escreverem o livro “When Helping Hurts” (“Quando ajudar machuca”). Inspirados por esse mover, cremos que o processo de definir o que é pobreza pode definir todo o resto de nosso trabalho, bem como métodos, locais e parcerias. Além disso, o livro sobre o perigo de pular direto para as perguntas “O que fazer?” antes de entender melhor a nossa própria pobreza, machucando não só aos que estamos tentando ajudar, mas machucando também a nós mesmos.

Como Missão em Apoio à Igreja Sofredora, cremos que a igreja local é o agente transformador da sociedade. O apoio e suporte aos nossos irmãos que sofrem é essencial para que eles tenham força para se reerguer e transformar aquela realidade de desesperança na qual estão inseridos, trazendo a mensagem de reconciliação aos seus. Eles são a esperança onde parece não haver saída. São instrumento na mão do Eterno enquanto, ao mesmo tempo, são a prova de que Ele continua agindo.

Não somos melhores do que os cristãos da igreja sofredora. Não podemos cair no equívoco de acharmos que sabemos, mais do que eles, do que precisam, como fazer isso ou até mesmo o que os torna “desamparados” ou “necessitados”. Precisamos nos colocar continuamente na posição de quem apoia e suporta, mas sabendo que, primeiro, é uma obra que já tem sido feita por Deus e que, segundo, a igreja local sabe melhor sobre sua própria realidade do que nós.

Louvamos pelos inúmeros cristãos que temos conhecido nessa caminhada, por nos ensinarem tanto e serem exemplo para nós em tantos aspectos. Ore conosco para que sigamos nesses passos que Deus nos convidou a caminhar.

Para apoiar a MAIS e nossos projetos, seja nosso parceiro.

Este post tem 3 comentários

  1. Rosilene Tavernard

    “Quanto mais o homem se distancia de Deus,mais ele se aproxima daquilo que lhe resta,suas concupiscências e suas mazelas.” (Rosilene Tavernard) Cada dia tenho mais certeza que o homem sem Deus é um miserável,pobre,cego e nu…cada minuto que passa essa sociedade em que vivemos se distancia mais de Deus,só o padrão de Deus para o homem é capaz de endireitar os nossos caminhos…mas que ter, eu,eu e você precisamos” ser”,mas que ofertar algo para Deus,nós,nós precisamos obedece-lo.Nada e nem ninguém satisfará mais o homem do que viver em profundo relacionamento com Deus,a nossa sociedade está de” mãos e pés atadas” porque o segredo de Deus está com quem é íntimo de Deus,sua noiva,seus remidos,seus eleitos,seus dispenseiros da graça e seus embaixadores…nos posicionemos para salvar vidas, e
    iluminar a vida Deus em meio as trevas!

  2. geilma Silva santos

    Conheci o ministério Mais através do testemunho do Pr.
    Está sendo bastante edificador.
    Obrigada!

  3. Cristiano Costa

    Amém. Embora o apóstolo Paulo declare: “Tudo posso Naquele que me fortalece”, ele antes de mais nada tem consciências das lutas, dos sofrimentos, das contradições, da fartura e pobreza, da sabendo que morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, Igreja sofredora sim, que tudo sofre, tudo suporta, através do amor de Deus.

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