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“Antes do Talibã nós estávamos muito bem, nós podíamos ir à escola, universidade, trabalhar, ir às festas, podíamos ouvir músicas, dançar e tudo mais. Quando o Talibã chegou não podíamos fazer mais nada disso, perdemos nossa liberdade.

Atualmente, as meninas e mulheres não podem mais frequentar escolas e universidades, o Talibã fechou todas as escolas e lugares onde as mulheres trabalhavam, agora elas não podem trabalhar fora de casa. Também não podem viajar ou andar sozinhas.

O talibã criou muitos problemas para as pessoas, eles problematizam a vestimenta das mulheres, os casamentos e até mesmo nossos itens pessoais. Confiscam nossos celulares, verificam nossas privacidades, procurando alguma informação que possa nos comprometer.

Somos privados de nossos direitos básicos e por isso decidimos deixar o Afeganistão e encontrar outro lugar para vivermos normalmente.

Não foi fácil deixar nosso país, quando saímos do nosso país não tínhamos ideia de para onde iríamos. Nem mesmo informamos os nossos familiares e parentes sobre isso, porque a situação estava ruim e não sabíamos em quem confiar.

Recebemos ajuda através da organização Team Hope e a Missão MAIS, que nos ajudaram a sair do Afeganistão e vir para o Brasil.

Viver em um novo contexto é bem desafiador, pois temos que enfrentar várias diferenças, uma nova cultura, novo idioma, novas pessoas, tudo é novo.

Ainda levaremos tempo para nos ajustar, mas a equipe da MAIS e TEAM HOPE estão nos ajudando a enfrentar nossas dificuldades. Eles nos fornecem abrigo, roupas, comida e nos ajudam a conseguir a documentação necessária para ficarmos no Brasil.

Diferente do Afeganistão, aqui no Brasil somos livres para professar as nossas crenças. No Afeganistão, grupos minoritários como o povo Hazara e Cristãos, levam uma vida bem difícil.

Nós temos muitos sonhos aqui no Brasil, queremos estudar, encontrar um bom trabalho, ver nossos filhos indo à escola, podendo ter uma boa educação e minha esposa também poder trabalhar. Eu gosto muito de aprender e gostaria de me candidatar a uma vaga para cursar um mestrado.

Um sonho é conseguir trazer minha família para o Brasil, em especial minhas irmãs. Na verdade em nosso país de origem, elas não têm nem chances de vida; quanto mais poder estudar, trabalhar. Elas vivem escondidas dentro de casa, pois não enxergam oportunidades, vivendo uma vida tão difícil.

Existem outros membros da minha família que estão espalhados pelo Afeganistão e Paquistão. Todos os dias eles buscam por maneiras de escapar desses países.

Meu desejo é que a Missão MAIS também consiga me ajudar a salvar meus familiares, pessoas jovens, estudantes e universitários que já não têm oportunidades de se capacitar e se desenvolver por cerca de 2 anos naquele terrível contexto”.
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📸A Páscoa Invisível é um collab de foto-jornalismo com o @flninvisivel e a @fhopbr pra criar consciência sobre uma das maiores tragédias sociais que é a crise migratória oriunda da perseguição religiosa.

Venha conosco durante todo o mês de Março.

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