Só venha e se apresente diante daquele que vê sua profunda escuridão, pois, Ele a iluminará com seus olhos de fogo (Ap 1:14). Não se aproxime como quem num ato desentendido da sua condição apresenta as suas obras achando que assim será mais valorizado por Ele, pois, não se esqueça de que foi Ele quem criou tudo o que existe sem a ajuda de ninguém. Foi ele mesmo quem nos disse: “quem faz aquilo para o que foi encomendado, servo inútil é”.

Tampouco traga suas posses como quem sutilmente quer impressioná-lo – só estará mendigando afeto tendo como objetivo o direito de sentar à direita do Pai, pois, quem deu algo a Ele que não tenha recebido dEle? Muito menos vá até Ele procurando poderes espirituais, achando que dessa forma você o estará agradando ou estará sendo “mais espiritual”, desta forma você só estará disfarçando de espiritualidade sua própria cobiça, pois, foi Ele quem rejeitou o poder e escolheu o amor. Esqueça-se de todas as suas credenciais, Ele não se interessa pelo que você faz ou pelo que você tem, nem naquilo que pode ser disfarçado de espiritualidade. Tudo isso é barganha!

Não é o nosso status, nem são as nossas obras ou as nossas posses, que farão com que seu amor arda por nós, pois, se este for o caso, temos com sucesso reduzido a nossa relação ao ato mais baixo e isso é prostituição pura. Quem se aproxima dessa forma tem como alvo final tentar comprar o amor – que ilusão, que certamente terminará numa grande desilusão! Esta é a forma mais equivocada de demonstrar nossa carência e a necessidade do Eterno e seu Eterno Amor, pois somos como crianças que querendo comprar o amor do Pai com doces, percebem como quem acorda de um sono profundo que é o próprio Pai quem nos da os doces.

Por que, quem foi se não satanás o primeiro a cometer titânica ousadia de rejeitar o amor do Eterno, pois, este já não lhe bastava? Que alma desgraçada se tornará todo aquele quem não for capaz de interiorizar que “só a tua Graça me basta” e que fora dela só há inferno e desespero? Não caiamos dos céus como satanás, que querendo achar alegria fora do Eterno, deixou a amizade com Deus. Se achegue sem pretensões no coração diante daquele que com Amor escreve seu nome no livro da vida. Pelo que aquietando o nosso eu interior selvagem, já não mais nos deixa controlar por desejos desesperados por vislumbrar com os mais elaborados artifícios humanos e espirituais aquele Espírito nobre, que num sussurrar cálido ao nosso coração disse “que não se ache em vos maior alegria que esta: o vosso nome está escrito nos Céus!”.

Relembrando as palavras do pastor Luiz Renato Maia em seu livro “Perseguição precisamos dela? Pág 63”, quem num tom honesto e despretensioso conseguiu transmitir justamente a essência deste sentimento humano de forma tão clara como um sol de meio dia a céu aberto! “O que eu sei meu amigo, é que todos os dias eu preciso fazer um exercício emocional e/ou espiritual para lembrar quem eu sou na ordem deste processo. Somos meros coadjuvantes!”.

Sejamos como quem numa condição consciente e fragilizada, motivados pelo amor, perdem o medo de escancarar aquilo que já está exposto pelos seus olhos que tudo vê e ilumina. E num soluçar de felicidade reconheçamos a sua aceitação e o convite a bebermos junto o cálice da paixão, num celebrar do seu Eterno Amor!

Texto baseado em Lucas 10:17-20

E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam. E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu. Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum. Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.

*Francisco Caceres, missionário da Igreja Presbiteriana de Curitiba.