“Meu nome é Lal (nome fictício por questões de segurança), sou afegão e há dois anos atrás morava no Paquistão.
Sou muito hospitaleiro e por isso costumava receber amigos todos os dias em minha casa. Incluindo um amigo que era cristão.
Ele fazia filmagens e produzia documentários. Certo dia deixou alguns filmes em minha casa e eu os assisti. Enquanto via aqueles filmes, observava os comportamentos ali retratados, a bondade intrínseca, os milagres e curas que ali aconteciam.
Criei interesse por aquela atmosfera e comecei a compreender melhor a pessoa de Cristo, enxerguei nEle a solução para minhas mazelas, o caminho para a vida eterna.
Me lembro de sentir paz. Logo compartilhei tudo o que sentia com minha família, que também assistiu aos filmes, se interessou pelas Escrituras Sagradas e se tornou Cristã.
Eu era policial no meu país. Um dia enquanto cumpria meu dever, recebi um comunicado de que poderia ser emboscado por oponentes.
Logo orei por salvação. Em seguida sofri um atentado, uma explosão que resultou em um grave ferimento em minha coluna.
Naquele momento me lembrei de Deus e clamei por socorro de todo o meu coração. Deus me deu mais um de seus livramentos, então decidi testemunhar abertamente sobre o milagre da minha fé.
A partir de então, todos os meus amigos e parentes ficaram cientes da minha conversão.
Após a queda do último governo, comecei a receber ligações restritas e consecutivas. Recebia ameaças e acusações de que teria me tornado um infiel.
Nesse momento percebi que eu e minha família estávamos em perigo iminente. Fugimos para o Paquistão com outras famílias que se encontravam em situação semelhante. Continuar no Afeganistão não era uma opção pra nós. Uma parte importante no processo de conversão de um Cristão é o batismo e esse era um desejo unânime do grupo.
No entanto, o local onde estávamos ainda não era seguro. O pastor responsável pelo grupo nos migrou para outra região e batizou os Cristão que ali se encontravam.
Mesmo refugiados ali, o Paquistão não é um lugar seguro para os Cristãos. Não estávamos protegidos lá. Continuávamos recebendo ameaças, seja por ligações ou pela comunidade local.
Nos mantínhamos em migrações internas, em busca de sobrevivência. Sonhávamos com um país seguro pra viver, longe da perseguição.
Depois de longos meses vivendo nessa situação, o pastor nos ajudou a conseguir asilo e passagens para o Brasil. Hoje conhecemos a liberdade, estamos seguros, temos direito de estudar, nos expressar e somos apoiados pela missão MAIS através da doação da comunidade brasileira.
Nosso desafio ainda é imenso. O desafio de recomeçar uma história do zero, em um contexto completamente diferente do nosso. Peço para que continuem ajudando minha família em orações para que Deus me ajude a conseguir um emprego…”.
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📸A Páscoa Invisível é um collab de foto-jornalismo com o @flninvisivel e a @fhopbr pra criar consciência sobre uma das maiores tragédias sociais que é a crise migratória oriunda da perseguição religiosa.
Venha conosco durante todo o mês de março.
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