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Seja edificado com o relato da missionária Pricila, que serve na Missão Mais na área do CIM (Cuidado integral do missionário), ela é psicóloga, escritora e fundadora da Amistar Global. Ela é esposa e mãe de duas crianças, atualmente moram em Portugal.

Ser mãe é uma bênção. Mas deixe-me explicar como entendo esta palavra: bênção. Uma vez, quando servimos na Tailândia, meu marido visitou um irmão que sofreu perseguição religiosa em seu país de origem e fugiu para lá, a fim de encontrar refúgio. Por conta dos processos longos e por vezes injustos, ele não foi reconhecido como refugiado e foi levado preso. Naquele centro de detenção, as condições eram muito, muito ruins, ao ponto de algumas pessoas não resistirem. Quando meu marido perguntou a ele como ele estava, ele respondeu “pastor, está uma bênção!”. Muito surpreso com aquela resposta, meu marido pediu que ele então contasse o porquê de estar uma bênção: “está uma bênção, pastor, porque nós estamos falando de Jesus aqui na prisão. Pessoas de todos os lugares do mundo estão se convertendo, já temos 5 grupos de discipulado acontecendo nas celas!”.

Servir a Igreja Perseguida ressignificou todos os meus papéis: missionária, mulher, filha, esposa e, claro, mãe. Aquele irmão estava tão comprometido com Cristo que se sentia mais livre do que muitos cristãos que se encontram fora da prisão. Quando penso na maternidade, penso que ela precisa refletir o meu compromisso com Cristo. Se estou verdadeiramente comprometida com Ele, vou olhar para a maternidade sempre como uma bênção. Isso não tem a ver com romantizar. Ser mãe é muito difícil. Mas procuro olhar para todas as situações como oportunidades de revelar o caráter do Pai.

Na dedicatória do meu livro, eu escrevi uma frase que resume bem tudo isto: “a maternidade tem sido uma praça na qual Deus vem ao meu encontro todas as manhãs, senta no banquinho comigo e me conta sobre Sua própria natureza de Pai”. Ser mãe é equilibrar vários pratos ao mesmo tempo. Todos os dias, um prato cai e quebra. Antigamente, eu olhava para esse prato quebrado no chão e me sentia culpada, frustrada e falida.

Hoje em dia, eu olho para esse prato quebrado, lamento, cato os caquinhos, jogo-os fora e celebro todos os outros pratos que ficaram intactos. Isso só se tornou possível, quando eu deixei que Cristo se revelasse para mim em todas as situações da minha vida. Para mim, o desejo mais excelente que uma mãe pode ter em relação aos seus filhos é que eles conheçam verdadeiramente a Deus e desejam caminhar apaixonadamente com Cristo.

Nesses anos servindo a Igreja Perseguida, não conheci uma criança sequer que tivesse uma fé morna em Jesus. Imaginem essas mães equilibrando os mesmos pratos que eu e você, enquanto são discriminadas e perseguidas. Aprendi com elas que não há tempo para perder com auto-julgamentos, porque em Cristo já somos perdoadas. 

Minha oração, minha amada irmã, por mim e por você, é que vivamos a maternidade como pessoas que são livres e que estão tão comprometidas em revelar Cristo aos filhos e ao mundo, que usam toda e qualquer situação para fazer isso: o Cristo que nos perdoa, quando falhamos, o Cristo que nos ama incondicionalmente, o Cristo que estará conosco todos os dias da nossa vida. Lembrem-se, quando o nosso pratinho quebra, Jesus não está em pé na nossa frente apontando o dedo. Ele está ao nosso lado, nos ajudando a catar os caquinhos e fazendo novas todas as coisas.

No amor de Jesus,

Pricila Di Tommaso

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