Texto base: João 17:18-24.
Por natureza, o amor busca a união. Orando em cima das palavras notáveis de Jesus nesse capítulo de João, podemos chegar a conclusão de que o grau do amor de Deus por nós está na proporção direta de seu amor por Jesus. Por exemplo, podemos amar o carteiro em vinte por cento e nosso melhor amigo em noventa por cento, mas com Deus, não há nenhuma divisão, nem mais, nem menos. Deus nos ama tanto quanto Ele ama a Jesus. Incrível, não?!
Thomas Brodie em seu comentário sobre o livro de João, diz que o ponto de partida da teologia de João é permanecer em uma união que descansa. Ele primeiro estabelece a união de Jesus com seu Pai. O prólogo fala de Jesus ‘’junto ao Pai’’ (Jo 1:1-18). À medida que o evangelho se desenrola, Jesus fala não somente do fato de ser um com o pai, mas também de sua união conosco. ‘’Faça seu lar em mim assim como eu faço o meu lar em você’’ (Jo 15:4). A cena extraordinária do amado reclinando-se sobre o peito de Jesus (Jo 13:23-25) e a repetição surpreendente que João faz desse momento íntimo no fim de seu evangelho (Jo 21:20) revelam sua intenção de que a permanência numa união que descansa fosse a estrutura de seu evangelho. Brodie escreve:
‘’Assim, há uma forma de união que descansa e que existe antes de tudo em Deus, mas na qual os seres humanos podem participar tanto durante esta vida quanto durante uma vida posterior.’’’
Palavras como união, fusão e simbiose dão apenas uma ideia da união e da unidade inefáveis com Jesus que o apóstolo Paulo experimentou: ‘’… já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim’’ (Gl 2:30). Nenhuma palavra humana é nem de longe suficiente para transmitir o anseio misterioso e furioso que Jesus tem de que você e eu vivamos em seu amor, agarrados a suas palavras. União é uma palavra repleta de realidade que ultrapassa a compreensão, a única realidade pela qual vale a pena ansiar e ter paciência. A única realidade diante da qual devemos silenciar e contemplar.
Que nessa semana que se inicia, possamos começar aprendendo a descansar nessa união com Deus, para que os nossos dias e a nossa vida fluam a partir de quem Ele é em nós e de quem nós somos nEle.
(Texto parafraseando o livro ‘’O anseio furioso de Deus’’ de Brennan Manning.)