Insegurança é um dos grandes problemas do ser humano. É seguro afirmar que o mundo seria muito menos neurótico, louco e agitado se fôssemos todos um pouco menos inseguros. Trabalharíamos menos, curtiríamos mais a vida, levaríamos a vida mais na esportiva. As pressões e cobranças seriam redirecionadas, ao menos.

Segurança depende de um processo chamado “validação”, embora para os estatísticos o significado seja outro. Validação estatística significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro, mas a gente vai usar o termo aqui para seres humanos.

VALIDAR alguém é confirmar que essa pessoa existe, que ela é real, verdadeira, que ela tem valor. É reconhecer que as emoções, pensamentos e o comportamento do outro são importantes, mesmo que você não concorde.

Às vezes eu me pego tão preocupado comigo mesmo, com a minha “performance”, com o meu ministério ou o “tamanho da minha base” que acabo esquecendo – ou não tendo tempo –  de validar os outros ao meu redor. É como acontece, por exemplo, assim que chegamos no campo e estamos aprendendo uma língua nova. Eu fico tão estressado, angustiado e decepcionado com a minha lentidão em aprender que, 1: não consigo olhar para os meus pequenos progressos, e 2: não tenho tempo de validar a minha própria esposa (!). Nem falar, “poxa, você conseguiu lembrar de todos os números quando estava comprando as coisas no bazar. Que legal. Parabéns. Estou feliz por você”.

Tem um curta sensacional dirigido pelo Kurt Kuenne chamado Validação. Se você puder assistir, vai dar para ilustrar melhor o que eu quero falar aqui. Conta a história de um cara extremamente talentoso na arte de validar os outros, até se apaixonar por alguém que não queria ser validada.

Mas pra quê fazer isso? Melhora os nossos relacionamentos quando conseguimos mostrar que ouvimos e compreendemos; diminui-se a pressão de provar quem está certo; faz com que a resolução de problemas seja mais simples; ajuda a trazer à tona o melhor nas pessoas ao seu redor. Só pra nomear algumas.

Eu tenho tentado praticar isso mais. Tentando me desprender mais das minhas inseguranças – e egoísmo – e olhar ao meu redor com um pouco mais de graça. Quero propor um desafio aqui: validar alguém todo dia. Uma vez que seja. Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo (ou um “xêro”), um “valeu, mano, valeu”.

Validar alguém é reconhecer que ela tem valor. E fazer isso é mais difícil do que a gente pensa. Olhar para o outro. Cuidar do outro. “Levar as cargas” do outro.

Equipe de Cuidado Missionário MAIS

Foto* Karina Carvalho