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Era uma vez, em um reino não muito distante, um cidadão assentado numa colina de onde dava para ver todas as coisas. Enxergando o castelo do seu Rei, se perguntou: porque vivo e faço as coisas para meu Rei e seu Reino?

Como este cidadão, volta e meia nos damos conta de que a nossa vida cristã se transformou em apenas um cumprir de tarefas e uma agenda cheia de compromissos. Constantemente somos jogados à uma “máquina” de produção onde os resultados definem o valor e a importância das pessoas.

Esse tem sido um problema constante em nosso meio, com o qual lidamos diariamente, a ponto de afetar de forma emocional as pessoas.

Sempre que falamos sobre vocação, no final do discurso, fica a sensação de que vocação é igual à produção. Então as pessoas rapidamente começam a planejar coisas para fazer e ações nas quais se engajar pois, dessa forma, estarão cumprindo sua vocação.

Relendo o momento da historia entre Jesus e Pedro em João 21:15-17, compreendo que somos levados a focar no chamado que Jesus faz três vezes a Pedro de “Apascenta as minhas ovelhas” como se essa fosse a essência da nossa vocação. Quando, na realidade, a nossa vocação está inteiramente ligada ainda que de maneira limitada, ao nosso afeto tanto em palavras quanto em ação por Jesus e tudo aquilo que Ele ama. É muito interessante ver que a palavra amor, que tanto Jesus como Pedro utilizam nesse texto, tem uma conotação diferente.

Jesus, ao perguntar “Simão, filho de Jonas, amas-me”, está utilizando a palavra ágape, que se refere a um amor; ilimitado, sem reservas, sem defeito. É o que comumente denominamos de amor Divino. Porém a resposta de Pedro foi “Simão entristeceu-se por lhe ter dito pela terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. A palavra utilizada aqui por Pedro é diferente da usada por Jesus “ágape”. A palavra usada é filhos, que tem como conotação um amor; fraco, limitado, por muitas vezes vacilante.

Nesse contexto, entendemos que a verdadeira vocação tem a ver, em primeira instância, em amar a Jesus, ainda que isso seja de forma limitada, pois somos humanos e demasiadamente humanos. Só quando amarmos Jesus, no dia a dia, nos acertos e nos erros, poderemos cumprir nosso chamado de amarmos as suas ovelhas, ou seja, entendendo isto como tudo aquilo que Ele nos convida a fazer.

O nosso chamado tem a ver com a nossa ação concreta e vocação com aquele amor que motiva nossa vida pelo amor e para o amor, que é Jesus. Tudo começa e finaliza nEle, tanto a vocação, quanto o chamado.

A nossa vocação é, sobretudo, amarmos a Jesus eternamente, pois Ele é o nosso eterno amor. E o nosso chamado é para amarmos a tudo aquilo que Deus amou – o mundo!

Permaneçamos na nossa vocação, no amor de Jesus.

Francisco Caceres, missionário da Igreja Presbiteriana de Curitiba.

Este post tem 7 comentários

  1. Samuel

    Muito interessante perceber esta perspetiva da vocação, chamado, com o resposta de amor a Jesus. Um tema a ser meditado por muitos dias, e lembrado sempre.

    1. Tacila Belas

      Obrigada por compartilhar sobre seu entendimento Samuel. Que Jesus o abençoe e que juntos possamos entender a nossa vocação como uma resposta de amor a Jesus. Deus abençoe!

  2. Filipe Barreto Moura

    Excelente!

  3. Paulo A. Delage

    Procurem inserir artigos sobre os campos e com escritores ja formados em suas áreas. Fraterno abraço.

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