No início de janeiro, um grupo armado invadiu a região de montanhas colombianas no estado de Antioquia. Famílias foram expulsas de suas terras, muitos foram assassinados, outros sequestrados. Os meninos com mais de 12 anos foram recrutados para servir à milícia. Teresa*, esposa e mãe de seis filhos, foi uma das vítimas do medo e violência naquela noite.

Assim que percebeu o que estava acontecendo, mais que depressa escondeu os três filhos na mata, meninos de 12, 15 e 17 anos. Quando já era madrugada, levou-os para a casa da irmã, na cidade. Tudo feito com o máximo de cuidado para não chamar a atenção dos militantes que, no dia seguinte, mandaram as mulheres e suas filhas embora. Os maridos que sobreviveram ficaram para trás, para realizar serviços braçais, como retirar os corpos e enterrá-los, levar mantimentos, entre outras coisas.

A ação terrorista fez mais de sete vítimas fatais, vários desaparecidos, expulsou moradores de sete vilas e ainda fechou três igrejas. Teresa desceu a montanha com as filhas, deixando para trás o lar, o marido e todo o futuro que havia construído com sua família. Reencontrou os meninos e seguiram juntos como refugiados dentro de seu próprio país até outro estado. Por várias semanas, Teresa não teve qualquer notícia do marido. Não sabia se ele ainda continuava vivo.

Felizmente, após noites intermináveis de angústia, o marido foi liberado e reencontrou sua família.
Hoje, as crianças conseguiram matrícula em uma nova escola e a igreja local mediou o empréstimo de um terreno para que fosse armada uma casa de lona para abrigar a família. Teresa faz salgadinhos e vende na rua enquanto o marido ainda procura trabalho.

Ore conosco por essa e tantas outras mulheres que têm sido roubadas em seu direito de ter uma família e construir um futuro.

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*o nome foi alterado por razões de segurança.